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Acabar com e acabar em representam, entre muitos outros casos, possíveis questionamentos acerca do uso da preposição – elemento que se associa ao verbo por fatores relacionados à regência. Nesse sentido, a título de conhecermos os traços que delineiam tal ocorrência, analisemos, pois, o enunciado ora descrito:
A rebelião acabou com a morte de vários detentos.
Ou seria:
A rebelião acabou na morte de vários detentos.
O principal aspecto que norteia essa discussão é, antes de tudo, o fato de a regência verbal estabelecer uma estreita relação com o contexto no qual o verbo se encontra inserido, ou seja, o sentido por ele demarcado representa fator preponderante.
Partindo desse pressuposto, resta-nos compreender que “acabar com” significa destruir algo, arruinar. Dessa forma, convenientemente dizemos:
A tragédia acabou com a cidade. (destruiu)
Sua indiferença acabou com todas as minhas esperanças. (idem à análise anterior)
“Acabar em”, segundo as acepções semânticas, possui o sentido de ter como desenlace. Assim sendo, quanto à pergunta do início do texto, há que se constatar que a segunda opção é tida como correta, tendo em vista o sentido apresentado pelo verbo, ou seja:
A rebelião acabou na morte de vários detentos.
Todas aquelas manifestações acabaram na prisão de dois participantes.



1ª) “Aspiramos um ar poluído ou A um ar poluído”?

Alguns verbos podem ser transitivos diretos ou indiretos. A regência muda segundo o seu significado.

a) Aspirar, no sentido de “respirar, cheirar, absorver”, é transitivo direto:
“Ele aspira (TD) o perfume (objeto direto = sem preposição)”,
“O aparelho aspira (TD) o pó (OD)”;

b) Aspirar, no sentido de “almejar, desejar”, é transitivo indireto
(=aspirar a alguma coisa):
“Ele aspira (TI) a este cargo (objeto indireto = com a preposição a)”,
“Eles aspiravam (TI) ao governo de São Paulo (OI)”.
É muito triste encontrarmos “cartas de apresentação” nas quais o candidato afirma “aspirar muito o emprego”. O “coitado” ainda não foi contratado e já está “cheirando o emprego”!
Portanto, quanto à dúvida de hoje, o certo é: “Aspiramos (TD) um ar poluído (OD).”


2ª) MENOS ou MENAS?

Menas não existe. Use sempre MENOS:
“Vieram MENOS pessoas que o esperado.”
“Isso é de MENOS importância.”


3ª) “Fez tudo À MÃO ou A MÃO”?

Houve época em que eu afirmava que à mão não teria o acento da crase se apresentasse a ideia de “instrumento”. Confesso que sempre pensei assim:
“Se escrevo a lápis (= masculino), também escrevo a caneta (= feminino)”;
“Se o carro é a álcool (= masculino), será também a gasolina (= feminino)”;
“Se matou a tiros (=masculino), também matou a bala (=feminino)”.
Depois de tantas críticas e de muita pesquisa, resolvi mudar de opinião. Os argumentos são fortes. Afinal era muita gente boa contra mim: o grande mestre Adriano da Gama Kury, o professor Luiz Antônio Sacconi, o meu amigo Pasquale Cipro Neto, Eduardo Martins, do Manual do Estadão, e muitos outros mestres, leitores e amigos.

Vejamos o que diz o professor Adriano da Gama Kury:
“Desde tempos antigos da nossa língua se vêm usando com acento no a (ou com dois aa, quando ainda não era generalizado o uso dos acentos) numerosas locuções adverbiais e prepositivas formadas por substantivos femininos, tais como à custa de, à força, à toa, à vela, às pressas, às vezes e tantas mais.
Certos autores, comparando algumas destas locuções com outras formadas de substantivos masculinos, verificam, nestas últimas, a ausência do artigo em muitos casos: a custo, a dedo, a esmo, a prazo, a remo, a troco de etc., e concluem apressadamente que, em vista disso, as locuções com substantivos femininos não devem acentuar-se, uma vez que “não existe artigo”.

(…) Esquecem tais autores que em outras locuções de substantivos masculinos ocorre o artigo: ao lusco-fusco (tal como à tarde), ao redor (tal como à roda, à volta), aos bocados (tal como às carradas)…
Além disso, cumpre levar em conta estes dois fatores que aconselham a utilização do acento no a nas locuções com nomes femininos:

1º) o uso tradicional do acento pelos melhores escritores da nossa língua;
2º) a pronúncia aberta do a, em Portugal, nessas locuções, tal como qualquer a resultante de crase – diferente do timbre fechado do a pronome, artigo ou preposição.
De quanto se expôs acima, deve-se recomendar o uso do acento no a em locuções como as seguintes (adverbiais, prepositivas, conjuncionais):
À beça, à beira de, à cata de, à deriva, à distância, à força, à frente, à luz (=dar à luz), À MÃO, à medida que, à parte, à procura de, à proporção que, à revelia, à tarde, à toa, à última hora, à unha, à vista, à vontade, às avessas, às claras, às ordens, às vezes…”


  • Uma das perguntas que me fazem com certa frequência é a seguinte: “há alguma diferença entre o inglês britânico e o americano?”. Eu sempre respondo com outra pergunta: “há alguma diferença entre o português brasileiro e o português europeu (de Portugal)?”. Ou seja, claro que há diferenças. Pense bem! Há diferenças até mesmo no português do Rio Grande do Sul e o Português do Piauí
No inglês britânico e americano, as diferenças são várias. Elas podem ser de vocabulário (palavras, expressões, gírias, palavrões, etc.), gramática (o uso dos tempos verbais, preposições, artigos, etc.), pronúncia, e ortografia (o modo como as palavras são escritas).

uso do artigo definido “the também é diferente entre um tipo de inglês e outro. Por exemplo, para dizer “no futuro” o inglês britânico prefere “in the future” e para dizer “de agora em diante” o inglês britânico usa também “in future”. Já no inglês americano tudo é resumido em “in the future”.
O uso das preposições também pode diferir. É comum no inglês americano coloquial omitir a preposição antes dos dias da semana: I’ll see you Monday. Já no britânico o melhor é dizer “I’ll see you on Monday”. Os atletas britânicos podem “play in a team”; já os americanos, “play on a team”.
Enfim, gramaticalmente as diferenças são inúmeras. Em minha opinião, são essas diferenças que causam dor de cabeça em muita gente. Afinal, para o estudante que aprende via internet esse tipo de informação não está tão acessível e aí surgem inúmeras dúvidas e desesperos.

Gostou dessa dica!? Então leia muito mais em Inglês Britânico e Inglês Americano: diferenças e curiosidades | Curso de Inglês Online http://denilsodelima.blogspot.com/2011/05/ingles-britanico-e-ingles-americano.html#ixzz1NgC35DvN