sexta-feira, 22 de março de 2013

Dia da Água


DECLARAÇÃO DE AMOR

Por Clarice Lispector

Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo.

Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la – como gostava de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope.

Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E este desejo todos os que escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança da língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.

Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega.

Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como não nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida.

100 anos de Dorival Caymmi



Dorival Caymmi (Salvador, 30 de abril de 1914 – Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2008) foi um cantor, compositor, violonista, pintor e ator brasileiro.

Compôs inspirado pelos hábitos, costumes e as tradições do povo baiano. Tendo como forte influência a música negra, desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, demonstrando espontaneidade nos versos, sensualidade e riqueza melódica. Morreu em 16 de agosto de 2008, aos 94 anos, em casa, às seis horas da manhã, por conta de insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos em consequência de um câncer renal que possuía havia 9 anos.Permanecia em internação domiciliar desde dezembro de 2007. Poeta popular, compôs obras como Saudade de Bahia, Samba da minha Terra, Doralice, Marina, Modinha para Gabriela, Maracangalha, Saudade de Itapuã, O Dengo que a Nega Tem, Rosa Morena.


Sucesso
O primeiro grande sucesso O que é que a baiana tem? cantada por Carmen Miranda em 1939 não só marca o começo da carreira internacional da Pequena Notável vestida de baiana, mas influenciou também a música popular dentro do Brasil, tornou-se conhecida a ponto de ser imitada e parodiada, como no choro "O que é que tem a baiana" de Pedro Caetano e Joel de Almeida ou na canção "A baiana diz que tem" de Raul Torres. Apesar das produções anteriores, as composições de Caymmi são as mais lembradas sobre a cultura baiana.
Caymmi e Jobim










…escrevi 400 canções e Dorival Caymmi 70. Mas ele tem 70 canções perfeitas e eu não.
— Caetano Veloso


Aprendizagem Cooperativa + Atividade Diagnóstica

No início do ano letivo, nas aulas de Língua Portuguesa,com as turmas de 3º ano foi realizada uma atividade diagnóstica, que é uma ferramenta para o professor descobrir o que os alunos já sabem e como resolvem as situações-problema. Para a realização da atividade foi usada a metodologia da Aprendizagem Cooperativa.
O resultado dessa sondagem é um direcionamento para as atividades e conteúdos que serão trabalhados ao longo do ano.

A Aprendizagem Cooperativa é uma metodologia na qual estudantes trabalham juntos em grupos heterogêneos para resolver um problema, concluir um projeto ou algum outro objetivo pedagógico. Para o desenvolvimento dessas atividades, os estudantes devem contar com a orientação de um professor ou de um facilitador que será responsável por garantir a presença dos cinco elementos básicos da Aprendizagem Cooperativa, necessários para a correta utilização do método.Estes cinco elementos básicos são: 
a) Interação social (face-a-face); 
b) Responsabilização individual; 
c) Desenvolvimento de habilidades sociais; 
d) Processamento de grupo; e 
e) Interdependência social positiva.
(JOHNSON &; JOHNSON, 1998).

sexta-feira, 8 de março de 2013

Centenário de Vinicius de Moraes


Poeta essencialmente lírico, também conhecido como "poetinha", apelido que lhe teria atribuído Tom Jobim, notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.

Por ocasião dos vinte anos da morte do poeta, em 2000, a Praia de Ipanema foi o palco de um show em homenagem a Vinicius, que contou com a participação da Orquestra Sinfônica Brasileira,Roberto Menescal, Wanda Sá, Zimbo Trio, Os Cariocas, Emílio Santiago e Toquinho, interpretando composições de sua autoria.Em 2003, ano em que o poeta completaria seu 90º aniversário, foram lançados vários projetos em tributo à sua criação artística. Também foi lançado o website oficial de Vinicius.

Em 2013, ano de seu centenário, a escola de samba União da Ilha o homenageou tornando-o enredo. O carnavalesco Alex de Souza garante que o mesmo o público familiarizado com a vida e a obra do poeta e compositor vai se surpreender com o desfile da União da Ilha. "Eu conhecia o Vinicius e parte da obra dele. O carnaval proporciona coisas sobre a pessoa que você não faz ideia", afirmou Alex.

Confira a letra do samba-enredo da União da Ilha
Autores: Ginho, Júnior, Vinícius do Cavaco, Eduardo Conti, Professor Hugo e Jair Turra.
Intérprete: Ito Melodia.

Surgiu, ao som do mar, um poeta
Que brincava na areia
Na Ilha um menino, sempre a sonhar
Fez da sua vida um poema
E viveu a declamar
"Como é bom se apaixonar"!
Ó pátria amada, recebe esse menestrel!
Voz do morro na folia, Orfeu chegou, raiou o dia!
Levou a bossa no "Tom" d'alegria
Se é canto de Ossanha menina, então não vá!
Um berimbau vai ecoar...
Vem, meu camará!

"Menininha me chamou...vou pra Bahia
Sou da linha de Xangô...caô, meu guia
Odoyá...Yemanjá!
À bênção meu Pai Oxalá!"

Ê jangada...na luz da manhã já vai navegar
Segue pra Itapoã, no brilho do sol... é bom vadiar!
Um jeitinho que fascina
Num doce balanço que não tem igual
Quando abrir a Arca de Noé...
Um riso de criança em cada olhar
Enfim, o que importa é amar
A noite é sua passarela
O show não pode parar

Onde anda você..."Poetinha"?
Saudade mandou te buscar
A Ilha é paixão na Avenida
Mais que nunca é preciso cantar!