Apesar de parecer ruim, a recuperação é uma excelente chance para aqueles que tiveram dificuldade durante o ano letivo para compreender determinados tópicos em diferentes matérias. É uma forma de esforçar e aproveitar o tempo perdido no decorrer do ano. Para os que ficaram para recuperação, o melhor a se fazer é estudar!!! Algumas dicas para memorizar e aprender mais:
- Esteja relaxado para começar os estudos, pois se estiver ansioso não conseguirá aprender; - Marque no texto as palavras que julga importante; - Pare a cada hora e relaxe; - Volte aos estudos lendo as palavras circuladas; - Faça uma espécie de mapa e cole na mesa ou na parede; - Sempre passe pelo mapa e dê uma olhada; - Se necessário for estudar mais de duas horas, pare por 15 minutos e tome um suco, converse e relaxe.
Para ajudá-los aqui estão vários links interessantes para serem utilizados nos momentos de estudo. A hora agora é de dedicação. Bom proveito!
Você, pai ou mãe, deve acompanhar o processo de aprendizagem de seu filho. Se ele apresentar problemas de aprendizado, verifique como o professor está lidando com as dificuldades dele e da turma e, se necessário, converse com o educador alternativas para ajudá-lo no processo de recuperação, além de incentivar seu filho. Uma boa dica é conhecer os métodos mais usados nas recuperações e, assim, identificar o que o professor do seu filho está fazendo para ajudar nas dificuldades dele.
No período de 2 a 6 de dezembro, no Centro de Desenvolvimento Educacional 7 de Setembro - CDE, em Maracanaú, aconteceu mais uma etapa de formação do Círculo de Leitura. O objetivo agora é expandir o círculo as escolas regulares.
Profª Nágela, Natália, Aila ( Seduc), Catalina Pages ( Círculos), Lenna Raquel, Tamara, Profª Denise e João Victor.
Nessa nova etapa, o Círculo de Leitura JMF apadrinha a EEM Pe. Coriolano para que essa escola venha a desenvolver o projeto a partir de 2014.
Alguns dos professores participantes.
Nessa formação tivemos contato com as obras Macbeth e Otelo,de W. Shakespeare, Noites brancas,de Dostoiévski, O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint- Exupery e com os contos A Missa do Galo,de Machado de Assis, A Arte de Ser Feliz, de Cecília Meireles, O Pintor A Cidade e O Mar, de Monika Feth. E retomamos os temas discutidos nas obras Fernão Capelo Gaivota e do agrupamento Os Caminhos de Homero.
Houve momento de troca de experiências através de produções entre os multiplicadores do ceará e os de SP. "No convívio nossas almas se transformam”, explica Catalina Pagés, idealizadora do projeto.
Vários foram os debates acerca da perfeição, ostentação, partilhar o conhecimento, medo do novo e sobre o nascimento da alma. Com isso, temos a certeza que renovamos o espírito e que estamos prontos para a travessia. E que junto a EEM Pe. Coriolano iremos alcançar voos maiores, aumentando nosso bando até atingir a perfeição e ostentá-la.
Durante os dias 21 a 26 de julho, o projeto despertando o gosto pela literatura representou a EEEP José Maria Falcão na 65ª Reunião Anual da SBPC, realizada na Universidade Federal de Pernambuco, em Recife.
Com chegada, no dia 21, participamos da cerimônia de abertura onde foram feitas homenagens aos cientistas e membros da SBPC falecidos recentemente: o compositor e zoólogo Paulo Vanzolini, a matemática Maria Laura Mouzinho Leite, a geógrafa Bertha Becker, e a bióloga Maria Lea Salgado Laboriau. "A SBPC agora já tem a sua história, e, por isso, iremos mencionar aqueles iniciantes que nos deixaram esse ano e que irão servir para que pavimentemos o nosso futuro", disse Regina Pekelmann Markus, membro da diretoria, que apresentou um pequeno resumo da vida de cada um.
Varias atividades foram realizadas durante a semana: A Expo&TC, SBPC Jovem, SBPC Cultural, SBPC Educação além da Sessão de Pôsteres, da qual participamos. Aconteceram palestras, conferências e minicursos ao longo de todo o evento com o intuito de discutir sobre a Divulgação e Incentivos a Pesquisa Cientifica no Brasil.
Aproveitamos para conhecer o Instituto Ricardo Brennand, uma réplica de castelo medieval com um grande acervo do Brasil Holandês. Ficamos maravilhados com a exposição.
Salientamos o esforço e empenho da 9ª CREDE em proporcionar este momento de intercâmbio cultural e ao Governo do Estado - SEDUC em apoiar e investir no trabalho das escolas estaduais em eventos de grande porte como a SBPC.
Com a apresentação do trabalho: "DESPERTANDO O GOSTO PELA LITERATURA", a EEEP José Maria Falcão marcará presença na 65ª SBPC, que ocorrerá de 21 a 26 de julho de 2013, no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, PE.
A tarefa central do trabalho com a literatura no Ensino Médio é a formação leitora com foco nas contribuições que a leitura dos autores clássicos pode oferecer aos jovens envolve um desafio: o de ensinar a ler textos sem ferir a experiência de autonomia e liberdade que caracterizam o contato com a literatura. Os PCN’s já apontam para o lúdico ao reconhecer a necessidade da arte ao tomar a Literatura em seu stricto sensu: como arte que se constrói com palavras. (Orientações Curriculares para o Ensino Médio 2006, p.52). O Despertando o Gosto pela Literatura tem tido experiências exitosas ao integrar a leitura à arte de contar histórias, fazendo os educandos compartilharem sua aprendizagem com a comunidade. Contar histórias é também trocar ideias. No projeto, o aluno tem espaço para manifestar suas ideias e opiniões, pois também é um contador de histórias. Passa-se a sentir prazer a ler, há um significado na leitura. Assim como em Pages e em Miguel de Unamuno, pensemos nos livros como sonhos que não nos deixa esquecer quem somos lendo a vida “que os outros sonharam porque a alma esquece das coisas que passaram”.
A SBPC é realizada desde 1948, com a participação de representantes de sociedades científicas, autoridades e gestores do sistema nacional de ciência e tecnologia, sendo um importante fórum para a difusão dos avanços da ciência nas diversas áreas do conhecimento e um fórum de debates de políticas públicas para a ciência e tecnologia.
A programação científica é, geralmente, composta por conferências, simpósios, mesas-redondas, encontros, sessões especiais, minicursos e sessões de pôsteres. Acontecem também, durante a Reunião Anual, eventos paralelos, como a SBPC Jovem (programação voltada para estudantes do ensino básico), a ExpoT&C (mostra de ciência e tecnologia) e a SBPC Cultural (apresentação de atividades artísticas regionais e discussões sobre temas relacionados à cultura).
A cada ano, a Reunião Anual da SBPC é realizada em um estado brasileiro, sempre em universidade pública. O evento reúne milhares de pessoas - cientistas, professores e estudantes de todos os níveis, profissionais liberais e visitantes.
A apresentação do poster do Projeto despertando o Gosto pela Literatura acontecerá no dia 23 de Julho.
Chegamos ao final de um ciclo: mais um semestre voou!! E para comemorar fizemos a entrega de certificados aos alunos que fazem parte do Clube de Leitura JMF desde Abril de 2010: Lúcia Rebecca, Haílson Oliveira, Samuel Silva e Héricles Lucas. Obrigada pela dedicação, empenho e participação nas ações de incentivo a leitura na escola.
Aproveitamos a ocasião e entregamos aos alunos que fazem parte do Círculo de Leitura desde agosto de 2012 um certificado de agradecimento pelo trabalho desenvolvido junto as turmas de 1º ano.
Sorteio de livros
Que possamos retornar em Agosto com forças renovadas, mais entusiasmo e prazer!!!!!
No último dia 12 de Junho, na EEEP José Maria Falcão, aconteceu a culminância do Projeto Despertando o Gosto pela Literatura com a I Mostra Literária com o tema Modernismo: Ousadia e Inovação, com o objetivo de integrar os aspectos sociais, históricos e culturais dos textos literários para ampliação das habilidades leitoras.
Visando levar a comunidade a refletir sobre a ousadia dos modernistas dos anos 20 ao romper com as tradições e a originalidade dos regionalistas de 30 ao retratar de uma maneira mitificada a vida do nordestino foram apresentadas 3 salas temáticas sobre a Semana de 22, Fernando Pessoa e Manuel Bandeira. Houve também um Memorial dos principais literatos da 1ª geração modernista.
As turmas de 1º ano apresentou o tema Amor de diversas formas: desfile de personagens da literatura de Shakespeare, de dança e da esquete " Deu a louca em Romeu e Julieta".
Durante o evento, a banda Set List apresentou o pocket-show: O amor e a seca na literatura – Um diálogo musical com a poesia. Este momento relacionava-se com todas as apresentações desde o amor carnal de Manuel Bandeira à seca nordestina presente em obras como Vidas Secas, passando pelo amor romântico encontrado em Romeu e Julieta e nas poesias de Vinicius de Moraes.
Parabéns a todos os alunos, todos os trabalhos estavam ótimos!!!! Vocês nos conduziram pelos caminhos da Literatura com muita dedicação e competência!!!
Os Círculos de Leitura das turmas de 1º Ano/2013 iniciaram suas atividades em Abril. A primeira obra trabalhada foi o clássico Fernão Capelo Gaivota de Richard Bach. Fernão é uma ave que não se contenta em voar apenas para comer. Ele tem prazer em voar e esforça-se em aprender tudo sobre vôo. Por ser diferente do bando, é expulso.
O livro é uma parábola. Faz uma analogia entre o homem e a gaivota, no sentido de mostrar as dificuldades de superação dos limites, do encontro com a liberdade verdadeira, pautada no amor e na compreensão do outro. À primeira vista, é a história de uma gaivota um tanto incomum, diferente das outras de sua espécie, Fernão está preocupado com a beleza de seu próprio voo, em aperfeiçoar sua técnica e executar o mais belo dos vôos.
Na internet pode-se encontrar o livro para download, inclusive nas versões em inglês e espanhol. Link aqui!
A I Mostra Literária JMF com a temática Modernismo: Ousadia e Inovação visa levar os educandos a refletirem sobre a ousadia dos modernistas dos anos 20 ao romper com as tradições e, a originalidade dos regionalistas de 30 ao retratar de uma maneira mitificada a vida do nordestino.
O Movimento Modernista foi liderado por jovens intelectuais avessos ao academismo o movimento teve início com a publicação do Manifesto Futurista e escandalizou a sociedade paulistana da época. Devido ao arrojo de seus precursores, o Modernismo brasileiro, que é, tradicionalmente dividido em três fases, teve a primeira denominada fase heroica. Empenhados em libertar-se de “uma série de recalques históricos, sociais, étnicos” os modernistas buscavam através de sua arte, a afirmação identitária de “um povo latino, de herança cultural europeia, mas etnicamente mestiço [...] influenciado por culturas primitivas ameríndias e africanas”. (CANDIDO, 2000, p. 119).
A Mostra contará com três ambientes que retratarão o Movimento Modernista: Fernando Pessoa e seus heterônimos, A Semana de 22, Manuel Bandeira; além de um memorial dos principais artistas do período, tais como Oswald e Mário de Andrade.
Durante o evento, a banda Set List apresentará o pocket-show: O amor e a seca na literatura – Um diálogo musical com a poesia. Este momento relaciona-se com todas as apresentações desde o amor carnal de Manuel Bandeira à seca nordestina presente em obras como Vidas Secas, passando pelo amor romântico encontrado em Romeu e Julieta e nas poesias de Vinicius de Moraes.
No último dia 2 de maio, o círculo de leitura da EEEP José Maria Falcão recebeu a segunda visita da representante do Instituto Fernand Braudel, a assistente de projeto Mirela Mariano. O objetivo era avaliar e orientar o projeto que vem sido desenvolvido na escola desde agosto de 2010.
Mirela foi recebida pelos multiplicadores com poesia. Trabalhou-se a obra Otelo de Shakespeare e houve um momento para avaliar o desenvolvimento dos círculos da escola. Atualmente, a EEEPJMF tem 17 grupos com aproximadamente 160 alunos envolvidos.
Recepção da Mirela
Vale lembrar que o projeto Círculos de Leitura foi desenvolvido pela psicanalista Catalina Pagés, e consiste em práticas de leitura em que os estudantes sentam-se em pequenas rodas e leem em voz alta, com pausas para reflexões em grupo, buscando apoiar o jovem no desenvolvimento de sua identidade, cidadania e relacionamento com a comunidade.
"Macunaíma" é fruto do conhecimento reunido por Mario de Andrade acerca das lendas e mitos indígenas e folclóricos. Dessa forma, pode-se dizer que a obra é uma rapsódia, que é uma palavra que vem do grego e designa obras tais como a Ilíada e a Odisséia de Homero. Para os gregos, uma rapsódia é uma obra literária que condensa todas as tradições orais e folclóricas de um povo. Além disso, na música (Mario de Andrade tinha formação musical também) uma rapsódia utiliza contos tradicionais ou populares de certo povo em temas de composição improvisada.
Há, ainda, uma aproximação ao gênero épico: à medida que o livro narra, em trechos fragmentados, a vida de um personagem que simboliza uma nação. Sobre a acepção musical dada pelo dicionário, chama atenção o improviso da narrativa, que impressiona e surpreende a cada momento, tendo como pano de fundo a cultura popular.
O enredo dessa rapsódia pode tornar-se confuso ao leitor acostumado ao pacto de verossimilhança realista. Por exemplo, é necessário aceitar o fato de o protagonista morrer duas vezes no romance; ou, então, que Macunaíma, em uma fuga, possa estar em Manaus e, algumas linhas depois, aparecer na Argentina; ou ainda o fato de o herói encontrar uma poça que embranquece quem nela se banha.
A verossimilhança em questão é surrealista e deve ser lida de forma simbólica. A cena em que Macunaíma e seus dois irmãos se banham na água que embranquece pode ser entendida como o símbolo das três etnias que formaram o Brasil: o branco, vindo da Europa; o negro, trazido como escravo da África; e o índio nativo. Nessa cena, Macunaíma é o primeiro a se banhar e torna-se loiro. Jiguê é o segundo, e como a água já estava “suja” do negrume do herói, fica com a cor de bronze (índio); por último, Manaape, que simboliza o negro, só embranquece a palma das mãos e a sola dos pés.
Atividades
Em 2013, completam-se 85 anos de sua primeira publicação. Estas atividades procurarão levantar algumas questões sobre o livro e o autor para lhe ajudar a compreender melhor a obra. É importante que você tenha lido ou assistido as aventuras de Macunaíma.
Veja os dois poemas a seguir:
Vício na fala Macumba de Pai Zusé
Para dizerem milho dizem mio Na macumba do Encantado
Para melhor dizem mió Nego véio pai de santo fez mandinga
Para pior pió No palacete de Botafogo
Para telha dizem teia Sangue de branca virou água
Para telhado dizem teiado Foram vê estava morta!
E vão fazendo telhados (Libertinagem, Manuel Bandeira).
(Pau Brasil, Oswald de Andrade).
Podemos observar que a linguagem usada nos dois poemas se aproxima bastante com a que Mário de Andrade usa em seu livro. Dessa forma, faça uma leitura atenta dos dois poemas e responda as seguintes questões:
Atividades
a) Identifique nos poemas palavras grafadas e construções linguagem oral.
Os três escritores mencionados nesse exercício (Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Mário de Andrade) são contemporâneos e fizeram parte do movimento literário que ficou conhecido como Modernismo. O que você poderia dizer sobre as semelhanças entre os poemas apresentados?
No dia-dia pronúncias que fogem a norma culta da língua são chamadas de “vícios” e, assim, são menosprezadas constantemente. No poema “Vícios da fala”, de Oswald de Andrade, vemos muitas dessas pronúncias transcritas. Observe melhor os dois últimos versos “Para telhado dizem teiado /E vão fazendo telhados.” Pensando na camada social que é representante dessa modalidade lingüística descrita no poema, responda:
a) Como você interpreta essa fala que afirma que quem diz “teiado” faz “telhados”?
Leia o seguinte trecho de Macunaíma:
“Então passou Caiuanogue, a estrela-da-manhã. Macunaíma já meio enjoado de tanto viver pediu pra ela que o carregasse pro céu. Caiuanogue foi se chegando porém o herói fedia muito.
-Vá tomar banho! Ela fez. E foi-se embora.
Assim nasce a expressão “Vá tomar banho” que os brasileiros empregam se referindo a certos imigrantes europeus.”
Em Macunaíma há a descrição de como foram criadas algumas das principais expressões usadas naquele período no Brasil. “Vá tomar banho” é uma expressão, no entanto, que perdura até os dias atuais, porém com uma utilização diferente da descrita no livro.
a) Compare o uso de “Vá tomar banho” no período do livro com o atual, pensando nas mudanças de contexto e do próprio significado da expressão. Atente também para o significado inicial dessa expressão no livro Macunaíma.
Inserida nas festividades em comemoração do centenário da independência do Brasil, em 1922, a Semana de Arte Moderna apresenta-se como a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno em oposição à cultura e à arte de teor conservador, predominantes no país desde o século XIX. Entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, realiza-se no Theatro Municipal de São Paulo um festival com uma exposição com cerca de 100 obras e três sessões lítero-musicais noturnas. Entre os pintores participam Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Ferrignac, John Graz, Vicente do Rego Monteiro, Zina Aita, Yan de Almeida Prado e Antônio Paim Vieira, com dois trabalhos feitos a quatro mãos, e o carioca Alberto Martins Ribeiro, cujo trabalho não se desenvolveu depois da Semana de 22. No campo da escultura, estão Victor Brecheret, Wilhelm Haarberg e Hildegardo Velloso. A arquitetura é representada por Antônio Garcia Moya e Georg Przyrembel. Entre os literatos e poetas, tomam parte Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Mário de Andrade (1893 - 1945), Menotti del Picchia, Oswald de Andrade, Renato de Almeida, Ronald de Carvalho, Tácito de Almeida, além de Manuel Bandeira com a leitura do poema Os Sapos. A programação musical traz composições de Villa-Lobos e Debussy, interpretadas por Guiomar Novaes e Hernani Braga, entre outros.
Sem programa estético definido, a Semana desempenha na história da arte brasileira muito mais uma etapa destrutiva de rejeição ao conservadorismo vigente na produção literária, musical e visual do que um acontecimento construtivo de propostas e criação de novas linguagens. Pois, se existe um elo de união entre seus tão diversos artífices, este é, segundo seus dois principais ideólogos, Mário e Oswald de Andrade, a negação de todo e qualquer "passadismo": a recusa à literatura e à arte importadas com os traços de uma civilização cada vez mais superada, no espaço e no tempo. Em geral todos clamam em seus discursos por liberdade de expressão e pelo fim de regras na arte. Faz-se presente também certo ideário futurista, que exige a deposição dos temas tradicionalistas em nome da sociedade da eletricidade, da máquina e da velocidade. Na palestra proferida por Mário de Andrade na tarde do dia 15, posteriormente publicada como o ensaio A Escrava que Não É Isaura , 1925, ocorre uma das primeiras tentativas de formulação de idéias estéticas modernas no país. Nessa conferência, o autor antevê a importância de temperar o processo de importação da estética moderna com o nativismo, o movimento de voltar-se para as raízes da cultura popular brasileira. A dinâmica entre nacional e internacional torna-se a questão principal desses artistas nos anos subseqüentes.
Os primórdios da arte moderna no Brasil
Em 1913, estivera no Brasil, vindo da Alemanha, o pintor Lasar Segall. Realizou uma exposição em São Paulo e outra em Campinas, ambas recebidas com uma fria polidez. Desanimado, Segall seguiu de volta à Alemanha, só retornando ao Brasil dez anos depois, quando os ventos sopravam mais a favor. A exposição de Anita Malfatti em 1917, recém chegada dos Estados Unidos e da Europa, foi outro marco para o Modernismo brasileiro. Todavia, as obras da pintora, então afinadas com as tendências vanguardistas do exterior, chocaram grande parte do público, causando violentas reações da crítica conservadora. A exposição, entretanto, marcou o início de uma luta, reunindo ao redor dela jovens despertos para uma necessidade de renovação da arte brasileira. Além disso, traços dos ideais que a Semana propunha já podiam ser notados em trabalhos de artistas que dela participaram (além de outros que foram excluídos do evento). Desde a exposição de Malfatti, havia dado tempo para que os artistas de pensamentos semelhantes se agrupassem. Em 1920, por exemplo, Oswald de Andrade já falava de amplas manifestações de ruptura, com debates abertos.
Entretanto, parece ter cabido a Di Cavalcanti a sugestão de "uma semana de escândalos literários e artísticos, de meter os estribos na barriga da burguesiazinha paulistana." Artistas e intelectuais de São Paulo, com Di Cavalcanti, e do Rio de Janeiro, tendo Graça Aranha à frente, organizavam a Semana, prevista para se realizar em fevereiro de 1922. Graça Aranha, sob aplausos e vaias abriu o evento, com sua conferência inaugural "A Emoção Estética na Arte Moderna". Essa semana iria "revoltar aqueles que reagem movidos pelas forças do Passado."
A dispersão
Logo após a realização da Semana, alguns artistas fundamentais que dela participaram acabam voltando para a Europa (ou indo lá pela primeira vez, no caso de Di Cavalcanti), dificultando a continuidade do processo que se iniciara. Por outro lado, outros artistas igualmente importantes chegavam após estudos no continente, como Tarsila do Amaral, um dos grandes pilares do Modernismo Brasileiro. Não resta dúvida, porem, que a Semana integrou grandes personalidades da cultura na época e pode ser considerada importante marco do Modernismo Brasileiro, com sua intenção nitidamente anti-acadêmica e introdução do país nas questões do século. A própria tentativa de estabelecer uma arte brasileira, livre da mera repetição de fórmulas européias foi de extrema importância para a cultura nacional e a iniciativa da Semana, uma das pioneiras nesse sentido.
Os Sapos
Manuel Bandeira
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."
Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...