terça-feira, 16 de abril de 2013

Aulas de Reforço


Desde Fevereiro, estão acontecendo aulas de reforço de Língua Portuguesa para as turmas de 3º Ano, nas aulas de projeto, estudo e num horário extra, a 10ª aula. Esse reforço tem como objetivos:
  • Estimular a leitura; 
  • Oferecer apoio para os alunos realizarem um plano de autocorreção individual ou grupal, para que possam analisar seus erros ortográficos; 
  • Melhorar o desempenho dos educandos nas produções textuais, de acordo com as competências e habilidades das avaliações externas a que serão submetidos (ENEM, SPAECE);

sexta-feira, 22 de março de 2013

Dia da Água


DECLARAÇÃO DE AMOR

Por Clarice Lispector

Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo.

Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la – como gostava de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope.

Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E este desejo todos os que escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança da língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.

Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega.

Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como não nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida.

100 anos de Dorival Caymmi



Dorival Caymmi (Salvador, 30 de abril de 1914 – Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2008) foi um cantor, compositor, violonista, pintor e ator brasileiro.

Compôs inspirado pelos hábitos, costumes e as tradições do povo baiano. Tendo como forte influência a música negra, desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, demonstrando espontaneidade nos versos, sensualidade e riqueza melódica. Morreu em 16 de agosto de 2008, aos 94 anos, em casa, às seis horas da manhã, por conta de insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos em consequência de um câncer renal que possuía havia 9 anos.Permanecia em internação domiciliar desde dezembro de 2007. Poeta popular, compôs obras como Saudade de Bahia, Samba da minha Terra, Doralice, Marina, Modinha para Gabriela, Maracangalha, Saudade de Itapuã, O Dengo que a Nega Tem, Rosa Morena.


Sucesso
O primeiro grande sucesso O que é que a baiana tem? cantada por Carmen Miranda em 1939 não só marca o começo da carreira internacional da Pequena Notável vestida de baiana, mas influenciou também a música popular dentro do Brasil, tornou-se conhecida a ponto de ser imitada e parodiada, como no choro "O que é que tem a baiana" de Pedro Caetano e Joel de Almeida ou na canção "A baiana diz que tem" de Raul Torres. Apesar das produções anteriores, as composições de Caymmi são as mais lembradas sobre a cultura baiana.
Caymmi e Jobim










…escrevi 400 canções e Dorival Caymmi 70. Mas ele tem 70 canções perfeitas e eu não.
— Caetano Veloso


Aprendizagem Cooperativa + Atividade Diagnóstica

No início do ano letivo, nas aulas de Língua Portuguesa,com as turmas de 3º ano foi realizada uma atividade diagnóstica, que é uma ferramenta para o professor descobrir o que os alunos já sabem e como resolvem as situações-problema. Para a realização da atividade foi usada a metodologia da Aprendizagem Cooperativa.
O resultado dessa sondagem é um direcionamento para as atividades e conteúdos que serão trabalhados ao longo do ano.

A Aprendizagem Cooperativa é uma metodologia na qual estudantes trabalham juntos em grupos heterogêneos para resolver um problema, concluir um projeto ou algum outro objetivo pedagógico. Para o desenvolvimento dessas atividades, os estudantes devem contar com a orientação de um professor ou de um facilitador que será responsável por garantir a presença dos cinco elementos básicos da Aprendizagem Cooperativa, necessários para a correta utilização do método.Estes cinco elementos básicos são: 
a) Interação social (face-a-face); 
b) Responsabilização individual; 
c) Desenvolvimento de habilidades sociais; 
d) Processamento de grupo; e 
e) Interdependência social positiva.
(JOHNSON &; JOHNSON, 1998).

sexta-feira, 8 de março de 2013

Centenário de Vinicius de Moraes


Poeta essencialmente lírico, também conhecido como "poetinha", apelido que lhe teria atribuído Tom Jobim, notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.

Por ocasião dos vinte anos da morte do poeta, em 2000, a Praia de Ipanema foi o palco de um show em homenagem a Vinicius, que contou com a participação da Orquestra Sinfônica Brasileira,Roberto Menescal, Wanda Sá, Zimbo Trio, Os Cariocas, Emílio Santiago e Toquinho, interpretando composições de sua autoria.Em 2003, ano em que o poeta completaria seu 90º aniversário, foram lançados vários projetos em tributo à sua criação artística. Também foi lançado o website oficial de Vinicius.

Em 2013, ano de seu centenário, a escola de samba União da Ilha o homenageou tornando-o enredo. O carnavalesco Alex de Souza garante que o mesmo o público familiarizado com a vida e a obra do poeta e compositor vai se surpreender com o desfile da União da Ilha. "Eu conhecia o Vinicius e parte da obra dele. O carnaval proporciona coisas sobre a pessoa que você não faz ideia", afirmou Alex.

Confira a letra do samba-enredo da União da Ilha
Autores: Ginho, Júnior, Vinícius do Cavaco, Eduardo Conti, Professor Hugo e Jair Turra.
Intérprete: Ito Melodia.

Surgiu, ao som do mar, um poeta
Que brincava na areia
Na Ilha um menino, sempre a sonhar
Fez da sua vida um poema
E viveu a declamar
"Como é bom se apaixonar"!
Ó pátria amada, recebe esse menestrel!
Voz do morro na folia, Orfeu chegou, raiou o dia!
Levou a bossa no "Tom" d'alegria
Se é canto de Ossanha menina, então não vá!
Um berimbau vai ecoar...
Vem, meu camará!

"Menininha me chamou...vou pra Bahia
Sou da linha de Xangô...caô, meu guia
Odoyá...Yemanjá!
À bênção meu Pai Oxalá!"

Ê jangada...na luz da manhã já vai navegar
Segue pra Itapoã, no brilho do sol... é bom vadiar!
Um jeitinho que fascina
Num doce balanço que não tem igual
Quando abrir a Arca de Noé...
Um riso de criança em cada olhar
Enfim, o que importa é amar
A noite é sua passarela
O show não pode parar

Onde anda você..."Poetinha"?
Saudade mandou te buscar
A Ilha é paixão na Avenida
Mais que nunca é preciso cantar!


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Divulgue.... O Meio Ambiente agradece!





Fazer mais festinha com os amigos, resmungar menos, perder uns quilinhos, terminar aquele livro de 600 páginas... Chega dezembro, é sempre assim: muita gente corre para botar no papel as promessas de ano novo. Aqui no Greenpeace, também fizemos nossa listinha. E o primeiro item é ousado: levar para o Congresso uma lei de iniciativa popular pelo desmatamento zero.

Mas para que esse desejo vire realidade, precisamos que você coloque aí na sua lista de promessas: compartilhar essa ideia com os amigos. Até agora, mais de 663 mil pessoas como você já aderiram à campanhapara um Brasil mais verde. Temos que chegar ao maior número possível de assinaturas para que esse projeto de lei deixe de ser mais um promessa de ano novo e passe, de fato, a valer.

Divulgue a campanha. E para dar uma força à campanha, vale tudopara que nossa campanha chegue a mais de 660 mil assinaturas. Mas ainda temos um longo caminho para percorrer no próximo ano e por isso, precisamos fazer mais. Junte-se a nós e faça de 2013 o ano do Desmatamento Zero.


domingo, 9 de dezembro de 2012

VI Feira Estadual de Ciência e Cultura do Ceará


O projeto Despertando o Gosto pela Literatura representou a EEEP José Maria Falcão na VI Feira Estadual de Ciência e Cultura do Ceará. A Feira visava integrar alunos e professores do Ensino Médio e do Ensino Fundamental, da rede estadual e municipal, tendo como perspectiva proporcionar a expansão dos trabalhos científicos, em qualidade e quantidade, desencadeados nas escolas públicas cearenses.


Ivan Tadeu - recordista em medalhas 

Turma da 9ª CREDE durante a Solenidade de Premiação.
Equipes da Área de Linguagens e Códigos.










Espaço rico de possibilidades para a expressão da criatividade e para o desenvolvimento das habilidades do aluno, do professor e da escola, no campo da pesquisa, a VI FEIRA ESTADUAL DE CIÊNCIA E CULTURA representa ainda mais uma ação de incentivo ao desenvolvimento de trabalhos científicos e culturais, no âmbito das escolas públicas do Estado do Ceará.

Realizada nos dias 4,5,6 e 7 de dezembro de 2012, no Hotel Praia Centro, em Fortaleza. A abertura aconteceu no Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar. As apresentações dos trabalhos aconteceram durante os dias seguintes no Praia Centro.

Durante o evento houveram várias palestras - tanto para os educadores quanto para educandos - e algumas apresentações artísticas. Foi um momento muito gratificante e de troca de experiências e aprendizagem. As noites foram preenchidas por visitas ao Dragão do Mar, Planetário e à exposição de Dalí.

Mais importante que prêmios foi o reconhecimento do projeto, que vem sido desenvolvido por todos que compõem a EEEP José Maria Falcão. E o quanto este vem crescendo dentro e fora dos muros da escola e dando frutos cada vez melhores, além de fortalecer a cultura leitora de nossa comunidade escolar.













quinta-feira, 22 de novembro de 2012

IV FEIRA REGIONAL DE CIÊNCIAS E CULTURA


A 9ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação – CREDE, por meio do Núcleo Regional de Desenvolvimento da Escola - NRDEA, realizou a IV Feira Regional de Ciências e Cultura, no dia 14 de novembro de 2012, na EEEP José Maria Falcão, em Pacajus. 


A IV FEIRA REGIONAL DE CIÊNCIAS E CULTURA representa mais uma ação de incentivo ao desenvolvimento de trabalhos científicos e culturais no âmbito das escolas públicas de abrangência da 9ª CREDE. Além disso, é um espaço rico de possibilidades para a expressão da criatividade e para o desenvolvimento das habilidades do aluno, do professor e da escola no campo da pesquisa.

Destacamos como ponto alto da programação, a visitação aos estandes dos trabalhos de iniciação científica nas áreas: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências Ambientais, Robótica Educacional e dos Projetos Interativos, tornando o ambiente propício à investigação, a troca de experiências, despertando a curiosidade e o interesse do público presente.

As Feiras Regionais de Ciências e Cultura buscam, fundamentalmente, ampliar o espaço para o desenvolvimento da curiosidade científica, em sua dimensão histórica, social e cultural, considerando os questionamentos que nascem das experiências, expectativas e estudos teóricos dos estudantes cearenses.

Após a avaliação dos trabalhos apresentados, foi divulgado o resultado dos projetos selecionados em 1º, 2º e 3º lugares, de acordo com as áreas específicas, e a entrega de troféus e medalhas. 
A nossa escola ganhou troféu e medalhas nas seguintes categorias: Robótica Educacional, Ciências Humanas e Linguagens. 

O projeto Despertando o Gosto pela Literatura ganhou 1º lugar na área de Linguagens e Códigos. Como professora coordenadora, gostaria de parabenizar todos os educandos da EEEP José Maria Falcão, pois foram vocês que fizeram o sucesso deste projeto, foi a dedicação e o trabalho de vocês que fizeram o projeto crescer e ser reconhecido dentro e fora da escola. Este troféu é apenas um reconhecimento de nosso trabalho, da nossa dedicação, de nosso empenho em disseminar a cultura da leitura em nossa escola, em nosso bairro, em nossa cidade. Parabéns! 

Agora, é hora de torcer por este trabalho na VI Feira Estadual de Ciência e Cultura, que acontecerá dias 5,6 e 7 de Dezembro, em Fortaleza.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Trabalho Avaliativo 1º Ano



1. (ENEM 2004) O poema abaixo pertence à poesia concreta brasileira. O termo latino de seu título significa "epitalâmio", poema ou canto em homenagem aos que se casam.
 Considerando que os símbolos e sinais são utilizados geralmente para demonstrações objetivas, ao serem incorporados no poema "Epithalamium II",

(A) adquirem novo potencial de significação
(B) eliminam a subjetividade do poema
(C) opõem-se ao tema principal do poema
(D) invertem seu sentido original
(E) tornam-se confusos e equivocados.

2. (ENEM 2004) A conversa entre Mafalda e seus amigos
(A) revela a real dificuldade de entendimento entre posições que pareciam convergir
(B) desvaloriza a diversidade social e cultural e a capacidade de entendimento e de respeito entre as pessoas
(C) expressa o predomínio de uma forma de pensar e a possibilidade de entendimento e respeito entre posições divergentes
(D) ilustra a possibilidade de entendimento e de respeito entre as pessoas a partir do debate político de ideias
(E) mostra a preponderância do ponto de vista masculino nas discussões políticas para superar divergências


Tatuagem 

Enfermeira inglesa de 78 anos manda tatuar mensagem no peito pedindo para não proceder a manobras de ressuscitação em caso de parada cardíaca. 
(Mundo Online, 4, fev., 2003) 

Ela não era enfermeira (era secretária), não era inglesa (era brasileira) e não tinha 78 anos, mas sim 42; bela mulher, muito conservada. Mesmo assim, decidiu fazer a mesma coisa. Foi procurar um tatuador, com o recorte da notícia. O homem não comentou: perguntou apenas o que era para ser tatuado.
– É bom você anotar – disse ela – porque não será uma mensagem tão curta como essa da inglesa.
Ele apanhou um caderno e um lápis e dispôs-se a anotar.
– “Em caso de que eu tenha uma parada cardíaca” – ditou ela –, “favor não proceder à ressuscitação”.
Uma pausa, e ela continuou:
– “E não procedam à ressuscitação, porque não vale a pena. A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos.”
Ele continuou escrevendo, sem dizer nada. Era pago para tatuar, e quanto mais tatuasse, mais ganharia.
Ela continuou falando.(...). Àquela altura o tatuador, homem vivido, já tinha adivinhado como terminaria a história (...). E antes que ela contasse a sua tragédia resolveu interrompê-la.
– Desculpe, disse, mas para eu tatuar tudo o que a senhora me contou, eu precisaria de mais três ou quatro mulheres.
Ela começou a chorar. Ele consolou-a como pôde. Depois, convidou-a para tomar alguma coisa num bar ali perto.
Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão bem. (...). Ele fez uma tatuagem especialmente para ela, no seu próprio peito. Nada de muito artístico (...). Mas cada vez que ela vê essa tatuagem, ela se sente reconfortada. Como se tivesse sido ressuscitada, e como se tivesse vivendo uma nova, e muito melhor, existência.
(Moacyr Scliar, Folha de S. Paulo, 10/03/2003.) 

3- O trecho da crônica que mostra que o cronista inspirou-se em um fato real é
(A) a notícia, retirada da Internet, que introduz a crônica.
(B) as manobras de ressuscitação praticadas pelos médicos.
(C) a reprodução da conversa entre a secretária e o tatuador.
(D) a história de amor entre a secretária e o tatuador.

4- O fato gerador do conflito que constrói a crônica é a secretária
(A) ser mais jovem que a enfermeira da notícia. (B) concluir que a vida não vale a pena.
(C) achar romântica a história da enfermeira (D) ter se envolvido com o tatuador.

5- Um trecho do texto que expressa uma opinião é
(A) “Mesmo assim, decidiu fazer a mesma coisa.”
(B) “O homem não comentou; perguntou apenas o que era para ser tatuado.”
(C) “A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos.”
(D) “Ela começou a chorar. Ele consolou-a como pôde.”

6- O trecho do texto que retrata a consequência após o encontro da secretária com o tatuador é
(A) “Foi procurar um tatuador, com o recorte da notícia”.
(B) “Ele apanhou um caderno e um lápis e dispôs-se a anotar”.
(C) “E antes que ela contasse a sua tragédia resolveu interrompê-la”.
(D)” Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão bem”.



Pessimismo e otimismo

Achar que um pessimista pode ser um tipo interessante é coisa de otimistas – e eu assino embaixo. Confesso, aliás, que tenho uma séria inclinação para o pessimismo, mas entendo que ela se deve, justamente, à porção de otimismo que também está em mim. Não, leitor, não alimento o prazer de formular paradoxos gratuitos; deixe-me fundamentar este.
Os otimistas costumam achar muita graça no mundo, seja porque já a encontraram, seja porque estão certos de que ainda a encontrarão. Mas às vezes esse otimismo é tão grande que passa a ser demasiado exigente, e só se contentará com o êxtase da suprema felicidade. Como esta é raríssima, e quando chega costuma ser passageira, o otimista passa a temperar sua expectativa com um pouco de pessimismo só para engrandecer ainda mais o êxtase almejado. Complicado? Mas quem disse que somos simples?
Outro dia recortei da Internet este fragmento de um blog, que vai um pouco na direção das minhas convicções: Penso que a maioria das pessoas tende a associar pessimismo a inatividade e paralisia, e otimismo a entusiasmo e iniciativa. Via de regra, é precisamente o oposto que é verdadeiro: em seu deslumbramento, os otimistas, que diante de tudo se ofuscam, a nada se apegam. Por outro lado, em sua lucidez, aos pessimistas é dado enxergar na escuridão a imagem do que lhes seria essencial, e sentemse como ninguém compelidos a agarrar-se a ela.
É isso. O pessimista não é inimigo das idealizações, muito pelo contrário. E alguém já disse: Sou pessimista de cabeça e otimista de coração. A frase é esperta, pois leva a admitir um convívio ameno entre as inclinações para a mais rigorosa lucidez e para a mais generosa sensibilidade. Mas é também verdadeira: qualquer um de nós pode admiti-lo durante a simples operação de folhear um jornal. O homem-bomba resolveu sacrificar-se na companhia de quinze adversários políticos? A humanidade não tem jeito. O pequeno e sofrido país asiático teve sua independência reconhecida e amparada pela ONU? Nem tudo está perdido. No noticiário da TV, e ao vivo: o marido enciumado seqüestrou a própria mulher e ameaça matá-la diante das câmeras? O mundo é mesmo um horror... Horas depois, ainda ao vivo, o homem depõe a arma e entrega-se à polícia, aos prantos? Esta vida é comovente...
Pensando agora em nosso país: haverá algum outro que tantas razões dê a seus cidadãos para serem otimistas e pessimistas a um tempo? Parece já fazer parte da nossa cultura esse amálgama de expectativas contrárias: ora “o Brasil não tem jeito mesmo”, ora “este é o melhor país do mundo”. Diante dos extremos, as pessoas sensatas recomendam o equilíbrio que nega as polaridades, pois “a verdade está no meio”. Pois eu prefiro manter a opinião de que a verdade dos otimistas é, no fundo, uma aliada da verdade dos pessimistas. A prova de que não somos uma coisa só está em cada dia que amanhece: o leitor acordou hoje pessimista ou otimista? Seja qual for a resposta, só posso lhe dizer: – Conserve-se assim, e até amanhã.
(Sérgio Ruiz Taborda)

7. Considerando-se o contexto, pessimismo e otimismo são considerados pelo autor do texto como inclinações:
(A) alternadas e inconciliáveis.
(B) contraditórias e complementares.
(C) opostas e inconciliáveis.
(D) definitivas e excludentes.
(E) equivalentes e harmônicas.

8. Os pessimistas não são inimigos das idealizações porque,no fundo, eles:
(A) as preservam como o parâmetro de uma negatividade essencial.
(B) as descartam apenas para um maior desfrute dos prazeres cotidianos.
(C) lhes atribuem a virtude de nos encerrar numa prazerosa imobilidade.
(D) lhes atribuem a faculdade de relativizar o valor das altas expectativas.
(E) as consideram um caminho seguro para a experiência dos êxtases.

9. Considere as seguintes afirmações:
I. O autor do texto justifica a formulação de paradoxos gratuitos ao considerá-la um válido e necessário
recurso estilístico.
II. A introjeção de algum pessimismo num otimista deve-se, por vezes, a um altíssimo grau de expectativa
por êxtases supremos.
III. Os jornais e os noticiários de TV levam-nos a emoções ambivalentes porque nosso humor é extremamente variável.

Está correto SOMENTE o que se afirma em:
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) II e III.
(E) I e II.

10. Considerando-se o contexto, encontram-se numa relação opositiva os seguintes elementos do texto:
(A) esta é raríssima / costuma ser passageira.
(B) demasiado exigente / rigorosa lucidez.
(C) seu deslumbramento / sua lucidez.
(D) convívio ameno / generosa sensibilidade.
(E) nossa cultura / amálgama de expectativas contrárias.

11. Veja a charge abaixo e disserte sobre o assunto tratado na mesma.


12. Leia os textos abaixo.

“A crueldade do trabalho infantil é um pecado social grave em nosso País. A dignidade de milhões de crianças brasileiras está sendo roubada diante do desrespeito aos direitos humanos fundamentais que não lhes são reconhecido: por culpa do poder público, quando não atua de forma prioritária e efetiva, e por culpa da família e da sociedade, quando se omitem diante do problema ou quando simplesmente o ignoram em decorrência da postura individualista que caracteriza os regimes sociais e políticos do capitalismo contemporâneo, sem pátria e sem conteúdo ético.” 
(Xisto T. de Medeiros Neto. A crueldade do trabalho infantil. Diário de Natal. 21/10/2000.)

“Submetidas aos constrangimentos da miséria e da falta de alternativas de integração social, as famílias optam por preservar a integridade moral dos filhos, incutindo-lhes valores, tais como a dignidade, a honestidade e a honra do trabalhador. Há um investimento no caráter moralizador e disciplinador do trabalho, como tentativa de evitar que os filhos se incorporem aos grupos de jovens marginais e delinqüentes, ameaça que parece estar cada vez mais próxima das portas das casas.” 
(Joel B. Marin. O trabalho infantil na agricultura moderna. www.proec.ufg.br.)


“Art. 4o. – É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”
(Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990.)


Com base nas idéias presentes nos textos acima, redija uma dissertação sobre o tema:

O trabalho infantil na realidade brasileira. 
Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.

Observações:
• Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa.
• O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.
• O texto deve ter, no mínimo, 15 (quinze) linhas escritas.